Não é novidade nenhuma misturar a soul music com a música eletrônica. A novidade aqui é como se faz isso de uma maneira perfeita. É o caso do americano Sam Sparro que lança seu primeiro álbum. Um álbum que já nasceu com o hit Black & Gold graças ao EP que o músico lançou no ano passado. E posso afirmar que a música é o ponto alto do disco. Apesar de estar muito bem acompanhada de outras belas faixas.

Sam Sparro transpira modernidade. Podemos dizer que se o futuro da soul eletrônica caminhar neste mood, estará bem na fita. Sam é um ótimo cantor. Tem uma voz forte e diferenciada. É músico dos bons e produtor. Radicado em Los Angeles, ele tem influências no mínimo contraditórias. De Stevie Wonder a Bjork. De David Bowie a Billie Holiday. E depois de escutar seu álbum, você vai perceber que todas estas influências se encaixam perfeitramente entre um beat eletrônico e outro.

Outra coisa legal de Sam Sparro é que seu trabalho soa despretensioso. Parece que ele se divertiu muito ao fazer o disco. Tudo beira ao alto astral. Até mesmo a sexy "Black & Gold" é divertida ao extremo. Dá para se notar também que ele deu uma revisitada nos clássicos dos anos 80 como inspiração. Teve horas que eu senti que estava ouvindo um Soft Cell e outras vezes um Prince de "Purple Rain". Confesso que foi uma sensação muito gostosa.

Além da já falada "Black & Gold",  Sam Sparro  mostra outras pérolas que tem tudo para bombar num futuro não muito distante. Como por exemplo "21st Century Life" que é um senhor balanço. Groove pra set list de DJ nenhum botar defeito. "Too Many Questions" é uma soul music dos novos tempos de Mark Ronson, Adele, Duffy e turminha. "Cottonmouth" é a soul mais clássica do disco com muitos elementos old school "Hot Mess" tem toda uma pegada Prince dos anos 80. Até aquela bateria eletrônica tão característica. Concluindo, não dá pra passar batido por Sam Sparro. Tem que conhecê-lo urgente.

Sérgio Scarpelli

26/06/2008 15:34:34